quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

FUNDO PLANEJA INVESTIR EM MINERAÇÃO NO PAÍS


Apesar das incertezas envolvendo o novo Código de Mineração, cuja votação está empacada no Congresso, o Brasil continua atraindo investidores no setor.
Ex-executivos de gigantes da área financeira, como os bancos JPMorgan e Bain Capital, anunciam hoje a captação de US$ 750 milhões para investimentos em mineração.
Do total, US$ 350 milhões foram alocados no fundo de "private equity" (compra de participação em empresas) Appian Natural Resources. O restante está em fundos que atuarão como coinvestidores.
O Brasil é um forte candidato a receber grande parte desse investimento, diz Michael Scherb, fundador do fundo sediado em Jersey.
Segundo o executivo, mais de cinco projetos estão sendo avaliados no país.
"Queremos investir ao menos em dois deles muito em breve", afirma. A intenção é realizar a maior parte desses investimentos em dois anos.
O foco do Appian são projetos de médio porte para a extração de diferentes tipos de minério, de metais pesados ao ouro e à prata. Minas que exigem uma escala muito grande, como de minério de ferro, estão fora do radar.
No Brasil, um dos recursos de maior interesse é o potássio. "Há muito potencial para ser explorado. Existem depósitos no país, mas alguém precisa investir neles", diz.
Segundo Sherb, abaixo das grandes mineradoras, como a Vale e a CSN, há bons projetos no país que necessitam de capital e equipe apta a desenvolvê-los. É essa lacuna que o fundo quer explorar.
O executivo, que assessorou empresas como Xstrata, BHP e Rio Tinto no JPMorgan, desenvolveu um novo modelo de negócios para o setor.
Além do financiamento, o Appian também vai fornecer suporte técnico às empresas. É uma forma de assegurar que os projetos sejam efetivamente entregues e de controlar prazos e custos. Entre os sócios, há geólogos e engenheiros de minas com passagens por empresas como Anglo American e Vale.
Sobre o novo Código de Mineração, Scherb acompanha o debate e acha natural que o governo rediscuta as regras que regem o setor desde 1960.
"A intervenção governamental na mineração é constante e acontece em todo país", diz Scherb, que considera as atuais cobranças de royalties no país "razoáveis".
VAIVÉM DAS COMMODITIES
MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br

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