quinta-feira, 27 de março de 2014

TERRAS-RARAS: OMC exige fim de barreira à exportação chinesa


A OMC (Organização Mundial do Comércio) determinou que a China acabe com as restrições às exportações de terras-raras --grupo de 17 elementos químicos usados na fabricação de produtos de alta tecnologia, como smartphones. O país responde por 90% da produção mundial de terras-raras.
Folha, 27.03.2014
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terça-feira, 18 de março de 2014

Petrobras admite menor conteúdo local: Presidente da estatal prioriza aumento de produção a política de dar primazia a conteúdo nacional em encomendas

Graça Foster diz que não dará preferência a aluguel de navio de apoio no país se isso trouxer risco a metas
SAMANTHA LIMADO RIO
Em um posicionamento incomum em seus comentários sobre a política de conteúdo local nas encomendas do setor de petróleo e gás, a presidente da Petrobras, Graça Foster, disse ontem que não vai dar prioridade ao aluguel de navios de apoio no Brasil se isso trouxer risco aos planos de aumentar a produção.
Quando abordou o tema, anteriormente, Graça sempre procurou defender a política, implementada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mantida por sua sucessora, Dilma Rousseff, embora costume usar a ressalva de que sua adoção deva considerar a competitividade técnica e de preços.
Ontem, porém, diante de uma plateia de representantes de estaleiros e empresas de aluguel de embarcações, Graça afirmou que não há espaço "para jeitinho" no atendimento à Petrobras, justificando a contratação de embarcações estrangeiras.
Os comentários foram realizados após a empresa ter divulgado a abertura da sétima e última rodada do Prorefam (Programa de Renovação da Frota de Apoio Marítimo).
"Não é possível fazer tudo no Brasil, e a Petrobras não pode esperar. Não há nada sobre a mesa que justifique atrasar nossa curva de óleo. Não há prioridade de nenhuma indústria diante de nossa indústria de óleo. Não é viável para nós nenhum risco. Não é possível dar jeitinho", disse.
Para Graça, equalizar prioridades da empresa diante da política de conteúdo nacional e das dificuldades do mercado é difícil. A Petrobras quer elevar a produção no Brasil de 1,93 milhão para 4,2 milhões de barris por dia, até 2020.
ENTRAVES
A dificuldade de contratar navios de apoio brasileiros se deve a elevados preços e a entraves técnicos. Entre as contratadas, a Petrobras informa que tem atingido de 50% a 60% de conteúdo local.
O presidente do Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria Naval), Ariovaldo Rocha, diz que a "construção naval brasileira cumpre sua missão estratégica de atender parte da demanda da Petrobras".
Folha, 18.03.2014
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Rombo do setor elétrico pode subir R$ 10 bi: Valor se refere a indenizações devidas a transmissoras e não está previsto nos pagamentos do governo deste ano

Empresas afirmam que montante chega a até R$ 15 bi e é fundamental para garantir investimentos
JÚLIA BORBAVALDO CRUZDE BRASÍLIA
As empresas de transmissão de energia cobram do governo uma conta de R$ 10 bilhões a R$ 15 bilhões que, até o momento, não consta no calendário de pagamento das dívidas do setor elétrico.
Esse valor refere-se à indenização, pendente, de investimentos feitos antes de 2000 pelas empresas que anteciparam a renovação de seus contratos de concessão.
O número está fora de todas as previsões anunciadas pelo governo até agora e faz pesar ainda mais a conta do setor de energia elétrica.
Caso o pagamento seja feito neste ano, como esperam as empresas, o governo poderá ter de recorrer ao Tesouro Nacional mais uma vez.
A indenização é devida porque o governo decidiu antecipar a renovação dos contratos do setor elétrico --que venceriam entre 2015 e 2017-- para baixar o preço da energia desde o início de 2013.
Inicialmente, o governo se comprometeu a bancar indenizações apenas de investimentos realizados pelas transmissoras após 2000.
Ao perceber a insatisfação do setor, o governo publicou um novo decreto em que garantiu indenizar também os investimentos mais antigos feitos por essas empresas.
Embora tenha conquistado aprovação maciça delas ao plano, o governo nunca chegou a divulgar quanto pagaria a cada uma.
Inicialmente, o governo estimou esses gastos em R$ 10 bilhões. Os números exatos ficaram de ser levantados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), mas a agência definiu apenas quais serão os critérios usados para chegar à indenização.
A Abrate (Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica), por sua vez, estima que as nove transmissoras envolvidas no processo, juntas, teriam de receber cerca de R$ 15 bilhões.
"Só a Eletrobras calcula que deva receber cerca de R$ 8 bilhões", afirma José Cláudio Cardoso, presidente da associação. As companhias esperam uma definição do governo e o início do pagamento ainda neste ano.
Para Cardoso, a solução desse impasse, que se arrasta desde 2012, é fundamen- tal para que as empresas tenham saúde financeira e mantenham seus ativos em bom estado.
SEM INVESTIMENTOS
"As empresas são afetadas [pela demora do governo]. Com caixa menor, é praticamente inviável fazer novos investimentos ou participar de leilões de transmissão", afirmou o presidente da Abrate.
"Nós temos a obrigação de operar e manter os ativos, mas precisamos ter capital. É constante a necessidade de reforço e melhoria do sistema. Sem essas respostas, só é possível fazer o mínimo necessário para manter o funcionamento", completou.
Procurado, o Ministério de Minas e Energia informou que, "enquanto não for concluída a normatização sobre essas indenizações, não será possível falar nesses pagamentos". A diretoria da Aneel ainda não concluiu os estudos necessários.
As indenizações para empresas que anteciparam seus contratos de concessão começaram a ser pagas no ano passado a transmissoras e geradoras --mas não incluíram os investimentos anteriores a 2000. Essas empresas receberam cerca de R$ 13 bilhões, de um total de R$ 20 bilhões devidos.
O orçamento do governo para o setor elétrico neste ano inclui R$ 3 bilhões para indenizações (veja quadro).
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o valor cobrirá parte das parcelas ainda pendentes a essas empresas dos investimentos posteriores a 2000, já que algumas delas optaram pelo parcelamento do dinheiro.
Folha, 18.03.2014