quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Na 'Science', cientistas pedem cautela com mineração no país

DE SÃO PAULO - 07/11/2014  02h00

A política de expansão de hidrelétricas e mineradoras no país ameaça unidades de conservação ambiental, diz um artigo assinado por 16 cientistas brasileiros e europeus. Em análise na revista "Science", os pesquisadores pedem cuidado ao governo em implementar novas leis.
Segundo o grupo, desde 2008, o Brasil perdeu mais de 44 mil km² de unidades de conservação, canceladas ou reduzidas, e há mais 21 mil km² ameaçados por projetos de lei no Congresso. Juntas, as áreas somariam uma redução de 3% nas áreas de proteção em biomas brasileiros.
O principal alvo dos cientistas é o PL 3682/2012, que determina a abertura de 10% do território das áreas de proteção exclusiva a concessões de mineradoras, e proibiria a criação de novas unidades de conservação em terras com concentração de minérios ou alto potencial hidrelétrico.
"Pedimos ao governo eleito do Brasil a garantia de que iniciativas de desenvolvimento sejam individualmente submetidas a análises de custo-benefício abrangentes, socialmente inclusivas e de longo prazo", escrevem os cientistas de dez centros de pesquisa brasileiros, um sueco e três britânicos, liderados por Joice Ferreira, da Embrapa.
"Ao menos 20% de todas as áreas de proteção exclusiva e terras indígenas se sobrepõem a áreas consideradas para mineração", diz o grupo, que vê risco de retrocessos nos direitos fundiários de comunidades tradicionais.
"Não é que o desenvolvimento do Brasil não deva se beneficiar de seus abundantes recursos naturais", diz Ferreira, em nota à imprensa. "Mas é possível gerenciar nosso desenvolvimento de maneira mais sustentável."  Folha

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